9 de outubro de 2012


onde estás que não te encontro? onde estás pra eu possa te ver 
e te mostrar que eu aprendi coisas novas? 
onde estás pra que eu possa te presentear 
com meu melhor sorriso? ou preferes que eu não te encontres? 
ou ainda, que eu me esconda? queres que eu jogue teu jogo?
só diga-me quais são as regras.



No fim, foi egoísmo meu, eu nem perguntei como estás, o que tens feito da vida e o que ela tem feito de ti.
É que essa dor é mui comum e bem incômoda. A do abandono, eu digo.
Os dias aqui têm sido difíceis, seriam mais fáceis se tivesse alguém ao meu lado.
Não alguém. Você.
Eu tentei, mas não adianta, ninguém pode tomar o seu lugar, tua amizade me é mui valiosa.
Sempre será, mesmo sem você aqui.
Onde está meu vizinho? Procuro em outras casas e não o encontro. Onde estará? 
Perdeu-se no caminho? Ainda preciso do teu ombro pra chorar minhas lágrimas presas.
A felicidade estampada por aí, é só fachada. O coração sofre, pressionado.
Abri um envelope e chorei toda a dor dentro dele.
Cadê o meu vizinho para dividir o peso comigo? Pra me acudir nas noites de pesadelo.

Quando me virei você já tinha ido embora, não te vejo no horizonte...
Me perdi de você...

Me ajuda a te reencontrar?

3 de outubro de 2012

Não vá

Não tome o egoísmo para si quando é de mim que ele se forma.
Apesar de não parecer, você é uma das pessoas mais importantes para mim.
Sim, é egoísmo, mas a primeira pessoa em que eu penso quando preciso de conforto é você
E eu tenho precisado tanto ultimamente, mesmo não mostrando.

Peço desculpa pela ausência, apesar de saber que não há desculpas suficientes.
Sei que tenho andado bastante distante, bastante quieto, sumido
Mas não quero dizer adeus, por mais que eu demonstre o contrário.
Você ainda me ilumina.

Sim, minha caixa de correio esteve cheia
Não, as cartas não ficaram intocadas lá dentro.
Sim, eu não consegui encontrar coragem para respondê-las.
Não, eu não queria deixá-las sem respostas.

Eu quero continuar recebendo suas cartas.
Quero continuar sendo o seu vizinho que mora logo ali.
Quero trocar sorrisos e lágrimas com você.
Conseguir tirar nem que seja um pequeno sorriso com as minhas palavras.

Sinto vergonha por não conseguir demonstrar minha preocupação.
Eu sei que depois de tanto tempo isso só piorou
Mas estou tentando redimir-me de meus erros
E te deixar abandonada foi o pior deles.

Eu tinha viajado para longe.
Agora, estou tentando pegar o trem de volta,
Para voltar ao seu lado
E rirmos novamente juntos.

Talvez não seja do mesmo jeito que antes,
Talvez não seja com o mesmo entusiasmo passado,
Mas não quero ficar distante de você mais do que já fiquei.
Você me ajuda?

28 de setembro de 2012

Carta de despedida

As cartas estão sobre a mesa, acumuladas
A amizade se desfez e o laço nunca mais será o mesmo.
As cartas ainda estão sobre a mesa.
Sentimentos escritos e não lidos, apelos, gritos de socorro.
As cartas, seladas, continuam sobre a mesa.
As novidades compartilhadas, apenas com o papel.
As cartas, não extraviadas, permanecem sobre a mesa.
A poesia não mais dividida, a alegria de estar juntos, esquecida.
E a poeira acumulada. A alegria de ler tuas cartas, abandonada.
Fico feliz por estares bem, mas o abandono me entristece.
É um egoísmo de seis anos esquecidos, deixados sobre a mesa.
Como esta última carta.

27 de novembro de 2011

Charlie,
como vão as coisas do seu lado da tela? Aqui tudo voltou ao normal, a tristeza reina absoluta novamente. O castelo de areia desfez-se perante à tempestade prevista.
Meu querido amigo, sinto saudades, sinto ciúmes desta nova pessoa do seu lado, me entristece muito este esquecimento teu.
Mas não me leves a sério. sabes o quão carente sou e que espero sempre demais das pessoas.


*sei que você já leu, mas não resisti e postei*

24 de julho de 2011

Desculpe pela linha fora de serviço.
Acho que acabei deixando o telefone fora do gancho...
Sem notar, a tinta da minha caneta acabou
Enquanto eu continuava escrevendo despercebidamente.

Um problema de energia,
Esqueci de me ligar na tomada.
Se não me lembrar, não me carrego
E deixo meu peso morto a ser levado por aí.

Eu ainda estou aqui,
Ainda estou a te observar de longe.
Estou roendo as traças enquanto não consigo me aproximar,
Apertando mais ainda as correntes aos pulsos.

Não, o problema não é esse.
Você é a luz sobre a minha imperfeição.
Suas palavras são empunhadas a ferro quente
Só para deixar marcas para serem memoráveis.

Perto delas, me desfoco.
Fujo de medo, medo de não conseguir me desembainhar depois
Pois na verdade, já estou navegando
Por todo esse mar que você me proporciona.

Eu ainda estou aqui.